"As tribulações devem ser para nós motivos de crescer raízes, e não de derrubar troncos."
Um dos homens mais amados pelo povo de Israel, sem sombra de dúvida, foi o Rei Davi. Governou com autoridade por trinta anos o trono, derrotou todos os seus inimigos e permitiu a paz durante todo o reinado de seu filho. Homem singular, Rei magestoso.
Acontece que a história de Davi nem sempre foi um conto-de-fadas. Do menino ruivo cuidador de ovelhas, passando pelo maior matador de gigantes, até se tornar rei, Davi precisou matricular-se na Escola do Sofrimento. Em um dia, o moço de boa aparência cantava para suas pequenas e mansas ovelhas, no outro, tentava acalmar um rei louco, que, pra variar, era seu sogro.
Antes de matar Golias, o gigante filisteu, Davi já havia sido ungido rei de Israel. Talvez qualquer outro já pretendesse usurpar o reino que já lhe era confiado. Mas não o homem segundo o coração de Deus; não Davi. Após matar o gigante, Davi tornou-se membro da família real e recebeu um posto de honra entre os homens do exército do Rei Saul. E aí começou o aprendizado de Davi. Saul irou-se contra ele porque as mulheres honravam mais ao menino prodígio do que ao rei já tão experiente. E Saul intenta matar Davi.
Entre esse dia e o dia da coroação, Davi aprende a esconder-se em cavernas, a liderar homens rebeldes e pratica, sobretudo, a dependência ao Senhor. É nesse período, de longos anos, que Davi compõe os mais belos salmos, salmos de confiança nAquele que poderia reverter a sua sorte. Davi não somente ganha a confiança e amor dos homens que lhe cercavam (que viriam a ser os "valentes de Davi"), como também demonstra ao rei Saul e a todo o povo, que sua vida estava sob a direção do Eterno.
Um dia ungido rei, outro derrotando gigantes. Davi podia simplesmente ter se irritado contra Deus, largado tudo e ido embora. Ou pior; poderia ter tentado coroar-se rei sozinho, matando a Saul, que, afinal de contas, lhe queria morto. Mas não este Davi. Davi, cujo nome é lembrado até os dias de hoje como o maior rei de Israel, compreendeu, desde muito cedo, que a sua vida estava nas mãos do Senhor, e que, se fosse para ele ser rei, Deus o colocaria no trono.
Davi viu na solidão a companhia de Deus. Na fome, a provisão do Eterno. Na fuga, o esconderijo do Altíssimo. No desespero, o descanso do Senhor. Na Escola do Sofrimento, Davi não permitiu que sua esperança e sonhos morressem na lama dentro de uma caverna. Davi não abriu mão de ser quem o Senhor queria que ele fosse somente porque estava difícil. Davi compreendeu que tudo que passava era necessário para moldar seu caráter e formar nele um homem que pudesse governar o povo de Israel conforme a vontade do Senhor. Ao invés de morrer na seca da perseguição, Davi cresceu raízes até encontrar as águas do refrigério.
Que a vida deste nobre homem nos ensine que as tribulações são inevitáveis. Se quisermos ir até onde o Senhor quer nos levar, precisamos estar dispostos a passar pelo vale da sombra da morte, pela caverna escura. Precisamos compreender que a honra vinda dos homens pode suscitar a ira do mal, mas a honra vinda do Senhor, nos colocará em lugares elevados. Mas, até chegarmos lá, precisamos estar prontos a nos matricularmos na Escola do Sofrimento, prontos a aceitarmos as tribulações da vida como os meios do Senhor para nos fazer crescer.
Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.
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