segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Moisés

"Seguir a Cristo é amar o Reino acima de todas as ofertas do mundo, acima de seus próprios sonhos. Seguir a Cristo define-se por renúncia."

Moisés é um exemplo de vida em muitos aspectos. Exemplo de obediência, de mansidão, de fé. Ouvimos falar sobre como guiou o povo pelo deserto durante 40 anos. Pregadores se debruçam sobre sua vida, extraindo dela lições para crescimento e amadurecimento.

Contudo, o autor aos Hebreus, assim escreveu sobre este homem: 
"Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. 
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; 
porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão." (Hebreus 11:23-26)

Este escritor, inspirado pelo Espírito Santo, revelou-nos uma faceta do caráter de Moisés que muitos não se atentam. Temos sempre a impressão de que Moisés era o mimadinho da corte. Os filmes e desenhos nos passam a ideia de que ele não tinha conhecimento de que era hebreu até ser homem feito. Contudo, não é isso que a Palavra nos ensina.

Moisés recebeu os primeiros ensinos de sua mãe Joquebede, que o amamentou e o "devolveu" à filha de Faraó, que o havia encontrado no Rio Nilo. Creio que a mãe de Moisés, dia após dia, incutia no coração de Moisés o amor ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Ao entrar para a "família real", Moisés conhecia bem seu lugar, sabia exatamente de onde havia vindo.

E ele tomou uma decisão. Decidiu-se não se contaminar. Escolheu ser um hebreu na casa de Faraó, e não apenas um menino mimado, neto do rei do Egito. Moisés entendeu, desde cedo, que o Egito não tinha nada para lhe oferecer, mas, pelo contrário, o contaminaria.

E o texto de Hebreus ainda diz que ele preferiu "ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado". Que decisão difícil. Podendo ser o príncipe do Egito, Moisés escolheu dizer ao mundo que não fazia parte daquela corrupção. Abrindo mão de toda titularidade, Moisés renunciou a uma vida de prazeres e luxos para viver a Verdade.

A riqueza do mundo não o atraiu. Os prazeres do Egito não o seduziram. Moisés escolheu ser o que Deus queria que ele fosse, independentemente do preço a ser pago! Ele preferiu o deserto, onde comia o maná diariamente, na dependência do Senhor, do que desfrutar das mesas fartas e contaminadas de Faraó, aonde sua alma e seu espírito morreria sedentos da presença de Deus.

E, ante a sua renúncia, Deus o presenteou. Em Exôdo 33 temos uma das mais belas histórias de como o coração de Deus não resiste ao pedido de um servo, de um filho, de um adorador. Moisés deixou para trás, desde a sua meninice, mesmo quando ainda estava no Egito, uma vida de deleites e prazeres, para viver uma vida de renúncia em favor do propósito do Eterno. E o Eterno, em toda a Sua Bondade e Misericórdia, atendendo ao clamor de Moisés, revelou-se a ele de maneira única e indescritível.

A vida deste homem, cujas escolhas marcaram sua história e definiram seu caráter deve ser para nós um exemplo de decisão e renúncia. À medida que compreendemos, mais e mais, o quanto o mundo não tem nada a nos oferecer, percebemos o quanto precisamos nos achegar a Deus. E Ele se chegará a nós (Tiago 4:8). Deus não pede apenas por pedir. Ele não é um déspota que simplesmente não quer que as pessoas "aproveitem a vida". Deus quer dar a verdadeira vida, através de Cristo Jesus. Ele sempre nos recompensará com o Seu Amor.

Infelizmente a Igreja de Cristo tem perdido este entendimento. Vivemos dias de um Evangelho muito fácil. Ninguém mais fala em renúncia. Nenhum pregador se atreve a subir no altar e ministrar acerca de abandonar tudo aquilo que não agrada o Senhor. As pessoas tem confundido o agir de Deus. Para ir a Deus você pode ir como está, é verdade. Mas, para permanecer na sua presença, é necessário haver mudança. Mudança de caráter, mudando de atitudes. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me". (Marcos 8:34)

Que o Eterno nos ensine, a cada dia, a cultivarmos o amor pelo Reino, deixando de lado tudo aquilo que não compactua com a sua justiça e verdade. Cristo renunciou à própria vida por amor à humanidade. Estejamos prontos a renunciar nossos sonhos, planos, projetos e, até mesmo, nossa vida, por amor àquele que sempre nos amará.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

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