domingo, 5 de junho de 2011

A Porta que nunca se fecha

"A Porta da Casa do Pai nunca se fechará para aqueles que procuram batê-la."

Tudo que eu queria era bater naquela Porta. Ver no Seu Rosto a surpresa de me ver ali, em pé. Estava suja, sem dinheiro, com fome, roupa rota. Mas, por dentro, sabia que precisava vencer a vergonha do Seu Olhar. 
Aquele Olhar que me sondava por inteira. Que via tudo, que me constrangia, mas que me dava a certeza do Seu Amor. 
Mas do jeito que eu estava, será que resistiria? Será que aqueles Olhos de Fogo não me consumiria?

Eu não tinha coragem. Desisti de tentar. Não tinha roupas para entrar na Sala. Meus cabelos estavam desarrumados. Minha maquiagem já estava borrada. Já tinha perdido meus sapatos no meio do desvio. "Desculpe-me", pensei comigo mesma, "mas desta vez não vai dar mesmo". E me fui, em lágrimas e soluços, vergonha e dor.

Só que ouvi Sua Voz. Aquela voz. Doce, suave, como brisa; mas Ele também sabe trovejar. Mas foi uma Voz que me fez olhar para Ele. Também, Ele me obrigou: "Rachel, olha pra Mim, Rachel!".
Olhei de longe e vi aquela luzinha que já conhecia muito bem. Pensei comigo mesma: "Realmente, Ele nunca fecha a Porta."
E a Sua Voz me chamava por detrás da Porta. "Será que Ele não está vendo que não posso entrar assim? Será que não enxerga as sujeiras, as feridas, a pobreza?" E Ele continuava insistindo: "Rachel, olha pra Mim, Rachel!".

E Ele me viu. Não como eu me via, mas como Ele me via! Me viu por inteira, por completa. Como diria minha querida Gabi, me viu simplesmente nua. Minha dor, minhas lágrimas, meu fardo. Ele via. E queria que eu soubesse que Ele me via e ainda assim me amava! E de onde vinha Aquele Amor? Ele queria que eu soubesse que as lâmpadas que eu queimei, Ele iria consertar. A seta vermelha voltaria a brilhar. Seus planos não estavam acabados, eu ainda estava traçada em Seu Coração.

E aqui estou. Ele me colocou para dentro de Casa de novo. Eu já estava com saudades mesmo. E agora só posso depender dEle para me dar novas roupas, novos sapatos, nova maquiagem. Eu só posso ter uma certeza: a Porta de Casa sempre estará aberta, a Luz sempre estará na fresta!!!

Te amo, Amado Pai!!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - parte 4

“Nossa fé não está em um objeto ou em um líder; nossa fé deve ser unicamente no Nome do Filho de Deus.”

Um dos pilares para uma vida de referência, listado pelo Apóstolo Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, é a . Paulo instrui Timóteo a ser um padrão dos fiéis na fé. Aqui, podemos interpretar de duas formas: a fé de Hebreus 11 ou fé como crença.

Hoje quero me ater à fé da nossa alma. Paulo sempre ministrou no sentido de guardar a fé, priorizando o manter-se firme à doutrina dos apóstolos. Tanto é que no fim de sua vida, sua frase foi: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Mas, que fé era essa que movia homens e mulheres dia após dia? Que levou muitos à morte?

Talvez o Apóstolo João nos dê uma dica: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, os que crêem no Seu Nome” (João 1:12). A fé que movia os primeiros cristãos, mesmo em meio às perseguições, era a fé no Nome, a convicção da vida, morte e ressurreição de Cristo para remissão dos pecados.

Mais uma vez, infelizmente, a Igreja de Cristo tem se esquecido de cultivar a fé genuína. É muito fácil encontramos pessoas que se dizem cristãos mas que colocam sua fé na rosa ungida, na cruz consagrada; pessoas que acreditam que o copo d’água é que irá cura-las ou saciar a sua sede espiritual.

Perdeu-se o ensino da fé apenas no Nome. Desde quando o Nome de Cristo não é suficiente? Desde quando precisamos de um objeto para nos lembrarmos da razão da nossa fé? O Apóstolo Pedro escreveu em sua primeira carta: “Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temos a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pe 3:15).

A fé do Evangelho de Cristo é simples e pura: fé no Filho de Deus e no Seu Nome; fé no único e suficiente Salvador e Mediador entre Deus e os homens para a remissão dos pecados; fé no Cristo que é o Caminho e a Verdade. Não fé em líderes, doutrinas, igrejas, denominações, ou, pior, objetos “santificados” e “ungidos”.

É tempo de crescimento espiritual; tempo de fincarmos raízes nos princípios da Palavra e não abrir mão das verdades do Reino. Que o Deus de Paz nos conceda o entendimento de que nossa fé e esperança está somente nEle e no Nome de Seu Filho Jesus. Pois nenhuma rosa, nenhuma cruz, nenhuma chave ou “grande homem de Deus” nos levará à vida eterna. Apenas Cristo, e somente pela fé no Seu Nome.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus. 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 3

"Por amor fomos criados, por amor somos salvos, por amor nos tornamos filhos de Deus."

Deus é Amor. Sua essência, seu caráter é definido como sendo o Amor. E como filho, devemos aprender este amor. E Paulo compreendeu isto; instruindo a Timóteo o Apóstolo orientou-o a buscar ser padrão no amor

Já falei sobre o Amor (Por Amor). A importância de amar acima de todas as circunstâncias. Amar porque devemos amar, e apenas isso. Sem Amor nada faz muito sentido. Toda atitude se torna fria e calculista. Sem Amor não há verdade em nosso dia-a-dia.

Como sempre digo, infelizmente a Igreja de Cristo tem esquecido do novo e maior mandamento que Ele deixou: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis" (João 13:34). Cristo não poupou palavras: assim como eu vos amei! Não é como vosso pai ou vossa mãe vos amou; não é como vosso amigo vos amou. Assim como Jesus nos amou devemos amar uns aos outros. E como Ele amou?

Essa é uma pergunta que não comporta resposta. Cristo deixou toda a divindade (Filipenses 2:5-8), tornou-se como criatura, viveu sujeito a todas as tentações e, mesmo sem pecado, sujeitou-se a pior morte que poderia existia na época, morte de cruz. O Amor de Jesus pela humanidade não foi medido pelo amor que a humanidade lhe daria; Ele simplesmente amou.

E por que para a Igreja é tão difícil amar? Vivemos dias terríveis, onde o amor de muitos tem se esfriado (Mateus 24:12). E a própria Igreja é a primeira, muitas vezes, a demonstrar atitudes repletas de egoísmo. De que servem tantos templos gigantescos? Para que jatinhos particulares? Aonde está o investimento em pessoas, no Reino? A Igreja, de uma forma geral, esqueceu-se de sua grande comissão; não há sacrifício em favor daqueles que precisam ouvir a Palavra de Salvação. Ninguém quer estender a mão ao próximo, nem mesmo quando ele já está dentro das nossas igrejas.

O sistema tem corrompido a essência. O amor já não faz parte da rotina dos filhos. Pior do que tudo isso, é perceber como as pessoas estão feridas dentro das igrejas por falta de amor, por falta de amar. Não há perdão, não há reconciliação, não há arrependimento. Vidas cheias de mágoas, fadadas ao sofrimento emocional, uma vida medíocre. "Se alguém diz: eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" (I João 4:20). A Palavra é muito séria ao afirmar isso: uma vida sem amor, sem amar, não é a vida que Deus dá para seus filhos.

O Pai deseja, urgentemente, curar seus filhos, ensinando-os a amar o próximo, mesmo que o próximo seja seu amigo que te traiu. Que estejamos dispostos a viver em amor, permitindo que o Senhor nos molde e nos ensine o caminho para que nosso caráter seja parecido com o dEle: pessoas que estendem a mão àquele que necessita, porque se lembram que Ele estendeu Seu Filho na Cruz porque nós éramos necessitados de Sua Glória. 

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 2

"Andar em retidão é a única maneira de trilhar a vida cristã em sua plenitude."

Da lista de instrução de Paulo, o segundo ponto há ser observado é o procedimento. Quando Cristo andou sobre a Terra, Ele insistia em uma coisa: segui-lO. Isso não implicava em ser parte de um clube exclusivo. Não era ter uma nova doutrina, uma nova religião. Segui-lO era ser como Ele, andar como Ele andou.

E da mesma forma o Apóstolo Paulo instruiu a Timóteo. Sendo um exemplo no procedimento, ele alcançaria aqueles que estavam ao seu redor. E não faria isso por palavras bonitas e rebuscadas; sua vida falaria mais alto, seus atitudes provariam a sua pregação. A vida cristã é muito mais do que ir à igreja; do que cantar no louvor; do que dá o dízimo. A vida cristã não se limita ao culto de domingo. 

Cristo insistia em deixar bem claro aos seus discípulos que o que Ele trazia era uma mudança total de comportamento. Infelizmente, a Igreja de Cristo perdeu este entendimento. Hoje, aqueles que se achegam a Cristo, muitas vezes, querem apenas afagar seu ego ou tranquilizar sua consciência. As pessoas não querem seguir.

Quando Paulo diz a Timóteo para ser um exemplo no procedimento, ele não limitou. Ele não disse faça isso que você se dará bem; fale assim ou ande desta forma que você convencerá àqueles que estão ao seu redor. Paulo alertou a Timóteo que apenas quando ele fosse um exemplo, um padrão em todas as coisas, desde o levantar até o deitar, é que ele poderia alcançar as pessoas ao seu redor.

Ser um padrão no procedimento inclui ter princípios que ninguém mais tem. É andar na contramão. Ser um ponto de referência é dizer não quando todos dizem sim. Negar-se a si mesmo; abdicar de seus próprios sonhos e planos, para agarrar os propósitos eternos. Ser um padrão no procedimento é mais do que andar sem vulgaridade, falar sem palavrões, festejar sem baixarias. Ser um padrão é transmitir Cristo em cada gesto, custe o que custar.

Precisamos nos lembrar disso sempre: para ser filho, é preciso estar disposto a se encaixar integralmente no padrão divino. E esse padrão é muito específico. Não é usar isso ou aquilo. Não é se vestir de longo ou de curto. Não é deixar de cortar o cabelo. Nada disso vale se as atitudes do dia-a-dia não demonstrarem Cristo. Fazer apenas por fazer, andar apenas por andar, não é seguir, não é negar-se a si mesmo.

Que o Senhor nos ensine que quando Jesus veio, Ele veio para nos trazer um padrão, um estilo de vida. Não era apenas um modo de se sentir bem. Não era uma alternativa para o final de semana. Cristo veio nos mostrar o caminho para nos achegarmos ao Pai: Ele mesmo. E apenas andando como Ele andou, em santidade e comunhão, é que poderemos ser um exemplo para aqueles que nos cercam; não um exemplo pela roupa ou cabelo que usamos; mas um exemplo porque nossas atitudes diárias demonstram a presença do Senhor em nossas vidas, porque nossos princípios "batem" com os princípios divinos

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 1

"O amor à Palavra nos levará ao intenso desejo de conhecer Deus."

O Apóstolo Paulo, em carta ao seu discípulo Timóteo, assim instruiu-o: "Ninguém despreza a tua mocidade; mas sê o padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza" (I Timóteo 4:12).
Paulo lista cinco prioridades que Timóteo devia ter em sua vida cristã, pois somente assim, "ele poderia salvar a si mesmo e àqueles que o ouviam" (v. 16). Mas, quais prioridades são essas? Que passos Timóteo deveria observar a fim de dar bons frutos? Em uma lição de cinco partes, descobriremos esse tesouro escondido.

O primeiro ponto há ser observado é a palavra. Quão grandiosa lição! Desde os primórdios, Deus zela por sua palavra. Quando deu a Moisés a Lei, Deus insistiu em dizer ao povo o valor da Palavra. Observando a sua Palavra, o povo alcançaria vida longa e repleta. E esse amor era frequente na vida de homens que entenderam que esta Palavra era fonte de vida, sabedoria e alegria para suas caminhadas. Homens como Josué, Davi, Salomão. 

Vida cristã se conhece, se aprende na Palavra. Vida cristã não se conhece apenas indo à igreja. Não é somente observando líderes ou frequentando cultos. O apego à Palavra é o que deve impulsionar o cristão a desejar conhecer e caminhar segundo o coração do Pai. Como sempre digo, infelizmente a Igreja de Cristo tem perdido esse entendimento. Fala-se muito naquilo que fulano ou cicrano acham. Mas pouco tem se dito sobre o que a Palavra diz.

Cristo deixou muito claro o que veio trazer ao mundo: o caminho, a verdade, a vida. Ele mesmo. E apenas ao nos debruçarmos diante da Palavra é que poderemos compreender a grandeza do amor e da graça do Senhor. Assim como Paulo instruiu a Timóteo, Deus nos instrui hoje: seja um padrão dos fiéis na Palavra. Conheça. Descubra. Tenha fome e sede de mergulhar nos mistérios escondidos. As pérolas do Reino. Os tesouros guardados para aqueles que olham com uma lupa espiritual.

Conhecer o Senhor passa por conhecer a Sua Palavra. Pela Palavra vencemos o mal. Pela Palavra conquistamos vitórias. Pela Palavra aumentamos a nossa fé, pois "a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10:17). Na Palavra encontramos respostas para nossas dúvidas e questionamentos. Através da Palavra compreendemos a melhor decisão a tomar. Deus tem respostas. Nossa tarefa é encontrá-las na Palavra.

Que o Pai nos faça compreender a necessidade de amarmos esta Palavra. Fonte de vida e de sabedoria. Eterna verdade. Única certeza. Na Palavra de Deus encontremos as respostas para nosso dia-a-dia. Crescendo no conhecimento da Palavra, alcançaremos aqueles que nos cercam. E, mais do que isso, alcançaremos o coração do Pai.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Atitudes de Sabedoria

"O sábio anseia por aprender, principalmente observando os erros alheios."


O sábio Rei Salomão, inspirado pelo Espírito de Deus, escreveu: "Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que estava cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga, e o seu muro de pedras estava derrubado; o que tenho visto, o guardarei no coração, e vendo-o recebi instrução." (Pv. 24:30-32).

Em toda a história, o sábio sempre foi identificado como aquelas pessoas que não paravam de aprender. Pessoas que dedicavam suas vidas ao crescimento emocional e intelectual. A Palavra de Deus, fonte de vida e instrução para nós, é rica em nos ensinar; em suas linhas encontramos uma inesgotável fonte de sabedoria. Entretanto, cabe aos filhos desejar aprender.

Este texto de Provérbios é interessantíssimo. Ele nos aponta o caminho da sabedoria: aprender com os erros alheios. Infelizmente, os filhos de Deus tem se esquecido que a Palavra nos apontará, sempre, o caminho correto a seguir; quais escolhas fazer; que direção tomar. Contudo, muitos filhos não tem cultivado tal princípio. Ao contrário, dizem em seu coração: "escolherei o melhor caminho segundo os meus olhos, e, se não der certo, pelo menos aprendi a lição".

Só que não é assim que o Senhor nos orienta. Devemos estar atentos à voz do Senhor para adquirir orientação no nosso dia-a-dia. Ele nos apontará o caminho correto a seguir, no momento adequado. E o Senhor ainda nos dá o instrumento da observação: os erros alheios são para nós como alertas do céu; devemos estar atentos ao que nos cerca. Lições do cotidiano são aprendidas com amigos e com estranhos. Pessoas que nos cercam ou não podem nos ensinar preciosas verdades, se estivermos atentos.

O sábio, segundo a Palavra, é aquele que consegue aprender e apreender. Ouvir e praticar. Prosseguir no caminho apontado. Devemos, assim como o Rei Salomão, estar sempre com o coração disposto a ser ensinado, nem que seja pelo "preguiçoso" que não cultiva sua terra. E o interessante aqui é que Salomão não foi atrás do preguiçoso para lhe ensinar. Ele simplesmente observou e apreendeu no seu coração uma verdade: não seja como o preguiçoso!

Que o Senhor nos ensine a cultivar a arte do aprendizado. Como filhos obedientes e sedentos por sua Presença, filhos dispostos a serem fiéis, devemos estar sempre atentos para o que o Senhor nos ensinará, seja através de uma lição da Escola Bíblica Dominical, seja através de uma palavra amiga, seja através de um estranho na rua. O Senhor fala conosco de muitas formas, e cabe a nós aprender a escutá-las. Assim, alcançaremos a verdadeira sabedoria, aquela que vem do alto.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Princípios, Temor e Referência

"Quando andamos segundo os Princípios do Eterno, cultivando a cada dia o Temor do Senhor, inevitavelmente seremos referência para aqueles que nos cercam."

Deus se move por princípios. Desde a eternidade, Deus não contraria aquilo que Ele fundou. Nenhuma de suas leis podem ser quebradas, sejam elas da física, da matemática ou espirituais. Contudo, cabe a cada um de nós aprender e apreender estes princípios que o Eterno colocou por fundamento.

Um dos caminhos para trilharmos os princípios do Senhor é compreender o temor do Senhor. O sábio Salomão disse que "o temor do Senhor é fonte de vida" (Pv. 14:27). Em Deus reside toda a plenitude dos tempos. Ele é antes de tudo! Tamanha majestade deve ser reverenciada

Ao contrário do que muitos tem vivido, Deus não é Deus de brincadeiras. Estar diante dEle exige temor e tremor. Não é medo, não é pânico. Gosto de pensar que é respeito em alta dose. O Eterno é digno de ser honrado em cada atitude, em cada palavra, em cada momento. Infelizmente, os filhos tem se comportado como crianças mimadas, que não sabem ouvir não, que não querem ser educadas, que pensam ser donas do próprio nariz.

Somente saberemos andar em temor se estivermos dispostos a praticar os princípios estabelecidos na Eternidade. "Tudo que o homem plantar isso também ceifará"; "Ama ao teu próximo como a ti mesmo"; "Deus não vê como o homem vê"; "Coração quebrantado Deus não rejeitará"; "Não se contaminar com as iguarias do mundo". Princípios do Eterno. O andar diário em sua presença nos ensinará aquilo que está no Seu coração.

Em toda a história, todos aqueles que decidiram, em seu coração, submeter-se aos princípios do Senhor, que honraram-no andando em temor diante de sua presença, foram levantados como referência em meio a uma geração, muitas vezes, corrupta. Abel, Noé, Abraão, Moisés, Davi, Daniel e tantos outros. Homens que compreenderam o peso e a necessidade de andar em temor diante do Senhor. E suas vidas, até hoje, ensinam-nos valiosas lições.

O Senhor deseja educar filhos; e para isso, é necessário incutir nos filhos os princípios e verdades que norteiam o agir e o caráter de Deus. Somente quando compreendermos a importância da reverência e do temor diante dEle, apenas quando nossos princípios não forem mais nossos, mas dEle, é que poderemos servir de pilar em uma geração corrompida, em meio a um povo que se esqueceu que do Senhor são todas as coisas. 

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Davi

"As tribulações devem ser para nós motivos de crescer raízes, e não de derrubar troncos."

Um dos homens mais amados pelo povo de Israel, sem sombra de dúvida, foi o Rei Davi. Governou com autoridade por trinta anos o trono, derrotou todos os seus inimigos e permitiu a paz durante todo o reinado de seu filho. Homem singular, Rei magestoso. 

Acontece que a história de Davi nem sempre foi um conto-de-fadas. Do menino ruivo cuidador de ovelhas, passando pelo maior matador de gigantes, até se tornar rei, Davi precisou matricular-se na Escola do Sofrimento. Em um dia, o moço de boa aparência cantava para suas pequenas e mansas ovelhas, no outro, tentava acalmar um rei louco, que, pra variar, era seu sogro.

Antes de matar Golias, o gigante filisteu, Davi já havia sido ungido rei de Israel. Talvez qualquer outro já pretendesse usurpar o reino que já lhe era confiado. Mas não o homem segundo o coração de Deus; não Davi. Após matar o gigante, Davi tornou-se membro da família real e recebeu um posto de honra entre os homens do exército do Rei Saul. E aí começou o aprendizado de Davi. Saul irou-se contra ele porque as mulheres honravam mais ao menino prodígio do que ao rei já tão experiente. E Saul intenta matar Davi.

Entre esse dia e o dia da coroação, Davi aprende a esconder-se em cavernas, a liderar homens rebeldes e pratica, sobretudo, a dependência ao Senhor. É nesse período, de longos anos, que Davi compõe os mais belos salmos, salmos de confiança nAquele que poderia reverter a sua sorte. Davi não somente ganha a confiança e amor dos homens que lhe cercavam (que viriam a ser os "valentes de Davi"), como também demonstra ao rei Saul e a todo o povo, que sua vida estava sob a direção do Eterno.

Um dia ungido rei, outro derrotando gigantes. Davi podia simplesmente ter se irritado contra Deus, largado tudo e ido embora. Ou pior; poderia ter tentado coroar-se rei sozinho, matando a Saul, que, afinal de contas, lhe queria morto. Mas não este Davi. Davi, cujo nome é lembrado até os dias de hoje como o maior rei de Israel, compreendeu, desde muito cedo, que a sua vida estava nas mãos do Senhor, e que, se fosse para ele ser rei, Deus o colocaria no trono.

Davi viu na solidão a companhia de Deus. Na fome, a provisão do Eterno. Na fuga, o esconderijo do Altíssimo. No desespero, o descanso do Senhor. Na Escola do Sofrimento, Davi não permitiu que sua esperança e sonhos morressem na lama dentro de uma caverna. Davi não abriu mão de ser quem o Senhor queria que ele fosse somente porque estava difícil. Davi compreendeu que tudo que passava era necessário para moldar seu caráter e formar nele um homem que pudesse governar o povo de Israel conforme a vontade do Senhor. Ao invés de morrer na seca da perseguição, Davi cresceu raízes até encontrar as águas do refrigério.

Que a vida deste nobre homem nos ensine que as tribulações são inevitáveis. Se quisermos ir até onde o Senhor quer nos levar, precisamos estar dispostos a passar pelo vale da sombra da morte, pela caverna escura. Precisamos compreender que a honra vinda dos homens pode suscitar a ira do mal, mas a honra vinda do Senhor, nos colocará em lugares elevados. Mas, até chegarmos lá, precisamos estar prontos a nos matricularmos na Escola do Sofrimento, prontos a aceitarmos as tribulações da vida como os meios do Senhor para nos fazer crescer.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Moisés

"Seguir a Cristo é amar o Reino acima de todas as ofertas do mundo, acima de seus próprios sonhos. Seguir a Cristo define-se por renúncia."

Moisés é um exemplo de vida em muitos aspectos. Exemplo de obediência, de mansidão, de fé. Ouvimos falar sobre como guiou o povo pelo deserto durante 40 anos. Pregadores se debruçam sobre sua vida, extraindo dela lições para crescimento e amadurecimento.

Contudo, o autor aos Hebreus, assim escreveu sobre este homem: 
"Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. 
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; 
porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão." (Hebreus 11:23-26)

Este escritor, inspirado pelo Espírito Santo, revelou-nos uma faceta do caráter de Moisés que muitos não se atentam. Temos sempre a impressão de que Moisés era o mimadinho da corte. Os filmes e desenhos nos passam a ideia de que ele não tinha conhecimento de que era hebreu até ser homem feito. Contudo, não é isso que a Palavra nos ensina.

Moisés recebeu os primeiros ensinos de sua mãe Joquebede, que o amamentou e o "devolveu" à filha de Faraó, que o havia encontrado no Rio Nilo. Creio que a mãe de Moisés, dia após dia, incutia no coração de Moisés o amor ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Ao entrar para a "família real", Moisés conhecia bem seu lugar, sabia exatamente de onde havia vindo.

E ele tomou uma decisão. Decidiu-se não se contaminar. Escolheu ser um hebreu na casa de Faraó, e não apenas um menino mimado, neto do rei do Egito. Moisés entendeu, desde cedo, que o Egito não tinha nada para lhe oferecer, mas, pelo contrário, o contaminaria.

E o texto de Hebreus ainda diz que ele preferiu "ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado". Que decisão difícil. Podendo ser o príncipe do Egito, Moisés escolheu dizer ao mundo que não fazia parte daquela corrupção. Abrindo mão de toda titularidade, Moisés renunciou a uma vida de prazeres e luxos para viver a Verdade.

A riqueza do mundo não o atraiu. Os prazeres do Egito não o seduziram. Moisés escolheu ser o que Deus queria que ele fosse, independentemente do preço a ser pago! Ele preferiu o deserto, onde comia o maná diariamente, na dependência do Senhor, do que desfrutar das mesas fartas e contaminadas de Faraó, aonde sua alma e seu espírito morreria sedentos da presença de Deus.

E, ante a sua renúncia, Deus o presenteou. Em Exôdo 33 temos uma das mais belas histórias de como o coração de Deus não resiste ao pedido de um servo, de um filho, de um adorador. Moisés deixou para trás, desde a sua meninice, mesmo quando ainda estava no Egito, uma vida de deleites e prazeres, para viver uma vida de renúncia em favor do propósito do Eterno. E o Eterno, em toda a Sua Bondade e Misericórdia, atendendo ao clamor de Moisés, revelou-se a ele de maneira única e indescritível.

A vida deste homem, cujas escolhas marcaram sua história e definiram seu caráter deve ser para nós um exemplo de decisão e renúncia. À medida que compreendemos, mais e mais, o quanto o mundo não tem nada a nos oferecer, percebemos o quanto precisamos nos achegar a Deus. E Ele se chegará a nós (Tiago 4:8). Deus não pede apenas por pedir. Ele não é um déspota que simplesmente não quer que as pessoas "aproveitem a vida". Deus quer dar a verdadeira vida, através de Cristo Jesus. Ele sempre nos recompensará com o Seu Amor.

Infelizmente a Igreja de Cristo tem perdido este entendimento. Vivemos dias de um Evangelho muito fácil. Ninguém mais fala em renúncia. Nenhum pregador se atreve a subir no altar e ministrar acerca de abandonar tudo aquilo que não agrada o Senhor. As pessoas tem confundido o agir de Deus. Para ir a Deus você pode ir como está, é verdade. Mas, para permanecer na sua presença, é necessário haver mudança. Mudança de caráter, mudando de atitudes. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me". (Marcos 8:34)

Que o Eterno nos ensine, a cada dia, a cultivarmos o amor pelo Reino, deixando de lado tudo aquilo que não compactua com a sua justiça e verdade. Cristo renunciou à própria vida por amor à humanidade. Estejamos prontos a renunciar nossos sonhos, planos, projetos e, até mesmo, nossa vida, por amor àquele que sempre nos amará.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Jó

"Quando mudamos nosso foco, o Senhor nos presenteia com o desejo do nosso coração."

Houve um homem chamado Jó, cuja vida mereceu um livro inteiro. Seus feitos e sua história não é completa. A Palavra se "limita" a narrar um período muito específico da vida de Jó: seu sofrimento. As inúmeras pregações que já ouvi a respeito deste homem falam sobre sua paciência, seu caráter, e, de vez em quando, sobre seus amigos. Mas há algo interessante que gostaria de abordar aqui: a mudança que se operou em seu espírito.

Os dois primeiros capítulos do Livro de Jó narra sobre sua vida e o início do terror que lhe sobreveio. O capítulo 3 nos trás uma informação muito importante: "Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu; nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a pertubação" (25,26). Embora justo e íntegro, Jó não era um homem de alma curada. Seu apego aos bens é notório. Sua preocupação, dia e noite, consumi-a-lhe o sossego e a paz. Jamais descansava a alma.

Continuando a leitura, encontramos dos capítulos 4 ao 25 uma verdadeira batalha, travada entre Jó e seus amigos. Discutem sobre Deus e sobre o porquê do sofrimento de Jó. E então, a partir do capítulo 26 até o capítulo 31, Jó fala. Ele não apenas fala, discorre. Sem dar margem a nada nem ninguém, Jó põe sobre a mesa todo o seu vasto (porém, raso) conhecimento de Deus.

E então Deus fala. Através de um redemoinho (Jó 38:1), o Eterno confronta Jó e toda a sua suposta sabedoria. Por quatro capítulos Deus mostra uma pequena fatia de toda a sua magnitude. Jó finalmente tem um encontro pessoal com o Altíssimo, que lhe mudará toda a história. Jó era justo e íntegro, mas o nível de sua intimidade com Deus era muito pequeno. O Encontro com Deus muda-o definitivamente.

No capítulo final, nos deparamos com a seguinte cena: Deus ira-se contra os amigos de Jó, e ordena que eles levem carneiros para serem sacrificados por Jó em favor deles. Neste momento, algo maravilhoso acontece: Jó recebe a incumbência divina, e passa a orar por seus amigos. O foco de Jó mudou. Ele deixou de lado o preocupar-se com os bens que se foram. Não mais se atentou para o seu próprio sofrimento. Calou-se. E quando o Eterno ordenou, orou.

E após orar por seus amigos, Deus aceitou sua oração, não em seu próprio favor, mas em favor dos outros. E só depois disso, Deus mudou a sorte de Jó, restituindo-lhe tudo que havia perdido. Vocês conseguem perceber? A experiência de Jó com Deus gerou uma verdade em seu espírito, trouxe mudança ao seu caráter. Jó esqueceu-se de seu estado. Quando Jó recebeu a missão de orar por seus amigos, ele ainda tinha chagas no corpo; sua mulher ainda devia estar reclamando, e sua riqueza já não existia. Mas aquilo já não preocupava a Jó; seu foco não era mais ele mesmo ou seus bens. Ele aprendeu a seguir a direção do Eterno. Jó aprendeu a ouvir, a calar-se. Quando o Senhor falou, ele prontamente ouviu e atendeu.

Este homem, cuja vida foi acometida por tão grandes males, mas cujo caráter era íntegro e justo, merecendo ser considerando no Rol da Fé de Hebreus, deve nos lembrar que o Eterno é O Eterno. Tudo está sob seu controle, nada escapa aos seus olhos. Nenhum sofrimento dura para sempre. O amanhã de Deus trará novas conquistas. E a cada visita do Pai, devemos aproveitar para sermos mudados à luz de sua Glória, segundo o seu caráter. Mudando o foco de nós mesmos, de nossos problemas e conflitos, e estando mais atentos à voz do Senhor, nossa sorte será mudada e o desejo do nosso coração atendido.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.