domingo, 5 de junho de 2011

A Porta que nunca se fecha

"A Porta da Casa do Pai nunca se fechará para aqueles que procuram batê-la."

Tudo que eu queria era bater naquela Porta. Ver no Seu Rosto a surpresa de me ver ali, em pé. Estava suja, sem dinheiro, com fome, roupa rota. Mas, por dentro, sabia que precisava vencer a vergonha do Seu Olhar. 
Aquele Olhar que me sondava por inteira. Que via tudo, que me constrangia, mas que me dava a certeza do Seu Amor. 
Mas do jeito que eu estava, será que resistiria? Será que aqueles Olhos de Fogo não me consumiria?

Eu não tinha coragem. Desisti de tentar. Não tinha roupas para entrar na Sala. Meus cabelos estavam desarrumados. Minha maquiagem já estava borrada. Já tinha perdido meus sapatos no meio do desvio. "Desculpe-me", pensei comigo mesma, "mas desta vez não vai dar mesmo". E me fui, em lágrimas e soluços, vergonha e dor.

Só que ouvi Sua Voz. Aquela voz. Doce, suave, como brisa; mas Ele também sabe trovejar. Mas foi uma Voz que me fez olhar para Ele. Também, Ele me obrigou: "Rachel, olha pra Mim, Rachel!".
Olhei de longe e vi aquela luzinha que já conhecia muito bem. Pensei comigo mesma: "Realmente, Ele nunca fecha a Porta."
E a Sua Voz me chamava por detrás da Porta. "Será que Ele não está vendo que não posso entrar assim? Será que não enxerga as sujeiras, as feridas, a pobreza?" E Ele continuava insistindo: "Rachel, olha pra Mim, Rachel!".

E Ele me viu. Não como eu me via, mas como Ele me via! Me viu por inteira, por completa. Como diria minha querida Gabi, me viu simplesmente nua. Minha dor, minhas lágrimas, meu fardo. Ele via. E queria que eu soubesse que Ele me via e ainda assim me amava! E de onde vinha Aquele Amor? Ele queria que eu soubesse que as lâmpadas que eu queimei, Ele iria consertar. A seta vermelha voltaria a brilhar. Seus planos não estavam acabados, eu ainda estava traçada em Seu Coração.

E aqui estou. Ele me colocou para dentro de Casa de novo. Eu já estava com saudades mesmo. E agora só posso depender dEle para me dar novas roupas, novos sapatos, nova maquiagem. Eu só posso ter uma certeza: a Porta de Casa sempre estará aberta, a Luz sempre estará na fresta!!!

Te amo, Amado Pai!!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - parte 4

“Nossa fé não está em um objeto ou em um líder; nossa fé deve ser unicamente no Nome do Filho de Deus.”

Um dos pilares para uma vida de referência, listado pelo Apóstolo Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, é a . Paulo instrui Timóteo a ser um padrão dos fiéis na fé. Aqui, podemos interpretar de duas formas: a fé de Hebreus 11 ou fé como crença.

Hoje quero me ater à fé da nossa alma. Paulo sempre ministrou no sentido de guardar a fé, priorizando o manter-se firme à doutrina dos apóstolos. Tanto é que no fim de sua vida, sua frase foi: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Mas, que fé era essa que movia homens e mulheres dia após dia? Que levou muitos à morte?

Talvez o Apóstolo João nos dê uma dica: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, os que crêem no Seu Nome” (João 1:12). A fé que movia os primeiros cristãos, mesmo em meio às perseguições, era a fé no Nome, a convicção da vida, morte e ressurreição de Cristo para remissão dos pecados.

Mais uma vez, infelizmente, a Igreja de Cristo tem se esquecido de cultivar a fé genuína. É muito fácil encontramos pessoas que se dizem cristãos mas que colocam sua fé na rosa ungida, na cruz consagrada; pessoas que acreditam que o copo d’água é que irá cura-las ou saciar a sua sede espiritual.

Perdeu-se o ensino da fé apenas no Nome. Desde quando o Nome de Cristo não é suficiente? Desde quando precisamos de um objeto para nos lembrarmos da razão da nossa fé? O Apóstolo Pedro escreveu em sua primeira carta: “Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temos a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pe 3:15).

A fé do Evangelho de Cristo é simples e pura: fé no Filho de Deus e no Seu Nome; fé no único e suficiente Salvador e Mediador entre Deus e os homens para a remissão dos pecados; fé no Cristo que é o Caminho e a Verdade. Não fé em líderes, doutrinas, igrejas, denominações, ou, pior, objetos “santificados” e “ungidos”.

É tempo de crescimento espiritual; tempo de fincarmos raízes nos princípios da Palavra e não abrir mão das verdades do Reino. Que o Deus de Paz nos conceda o entendimento de que nossa fé e esperança está somente nEle e no Nome de Seu Filho Jesus. Pois nenhuma rosa, nenhuma cruz, nenhuma chave ou “grande homem de Deus” nos levará à vida eterna. Apenas Cristo, e somente pela fé no Seu Nome.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus. 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 3

"Por amor fomos criados, por amor somos salvos, por amor nos tornamos filhos de Deus."

Deus é Amor. Sua essência, seu caráter é definido como sendo o Amor. E como filho, devemos aprender este amor. E Paulo compreendeu isto; instruindo a Timóteo o Apóstolo orientou-o a buscar ser padrão no amor

Já falei sobre o Amor (Por Amor). A importância de amar acima de todas as circunstâncias. Amar porque devemos amar, e apenas isso. Sem Amor nada faz muito sentido. Toda atitude se torna fria e calculista. Sem Amor não há verdade em nosso dia-a-dia.

Como sempre digo, infelizmente a Igreja de Cristo tem esquecido do novo e maior mandamento que Ele deixou: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis" (João 13:34). Cristo não poupou palavras: assim como eu vos amei! Não é como vosso pai ou vossa mãe vos amou; não é como vosso amigo vos amou. Assim como Jesus nos amou devemos amar uns aos outros. E como Ele amou?

Essa é uma pergunta que não comporta resposta. Cristo deixou toda a divindade (Filipenses 2:5-8), tornou-se como criatura, viveu sujeito a todas as tentações e, mesmo sem pecado, sujeitou-se a pior morte que poderia existia na época, morte de cruz. O Amor de Jesus pela humanidade não foi medido pelo amor que a humanidade lhe daria; Ele simplesmente amou.

E por que para a Igreja é tão difícil amar? Vivemos dias terríveis, onde o amor de muitos tem se esfriado (Mateus 24:12). E a própria Igreja é a primeira, muitas vezes, a demonstrar atitudes repletas de egoísmo. De que servem tantos templos gigantescos? Para que jatinhos particulares? Aonde está o investimento em pessoas, no Reino? A Igreja, de uma forma geral, esqueceu-se de sua grande comissão; não há sacrifício em favor daqueles que precisam ouvir a Palavra de Salvação. Ninguém quer estender a mão ao próximo, nem mesmo quando ele já está dentro das nossas igrejas.

O sistema tem corrompido a essência. O amor já não faz parte da rotina dos filhos. Pior do que tudo isso, é perceber como as pessoas estão feridas dentro das igrejas por falta de amor, por falta de amar. Não há perdão, não há reconciliação, não há arrependimento. Vidas cheias de mágoas, fadadas ao sofrimento emocional, uma vida medíocre. "Se alguém diz: eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" (I João 4:20). A Palavra é muito séria ao afirmar isso: uma vida sem amor, sem amar, não é a vida que Deus dá para seus filhos.

O Pai deseja, urgentemente, curar seus filhos, ensinando-os a amar o próximo, mesmo que o próximo seja seu amigo que te traiu. Que estejamos dispostos a viver em amor, permitindo que o Senhor nos molde e nos ensine o caminho para que nosso caráter seja parecido com o dEle: pessoas que estendem a mão àquele que necessita, porque se lembram que Ele estendeu Seu Filho na Cruz porque nós éramos necessitados de Sua Glória. 

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 2

"Andar em retidão é a única maneira de trilhar a vida cristã em sua plenitude."

Da lista de instrução de Paulo, o segundo ponto há ser observado é o procedimento. Quando Cristo andou sobre a Terra, Ele insistia em uma coisa: segui-lO. Isso não implicava em ser parte de um clube exclusivo. Não era ter uma nova doutrina, uma nova religião. Segui-lO era ser como Ele, andar como Ele andou.

E da mesma forma o Apóstolo Paulo instruiu a Timóteo. Sendo um exemplo no procedimento, ele alcançaria aqueles que estavam ao seu redor. E não faria isso por palavras bonitas e rebuscadas; sua vida falaria mais alto, seus atitudes provariam a sua pregação. A vida cristã é muito mais do que ir à igreja; do que cantar no louvor; do que dá o dízimo. A vida cristã não se limita ao culto de domingo. 

Cristo insistia em deixar bem claro aos seus discípulos que o que Ele trazia era uma mudança total de comportamento. Infelizmente, a Igreja de Cristo perdeu este entendimento. Hoje, aqueles que se achegam a Cristo, muitas vezes, querem apenas afagar seu ego ou tranquilizar sua consciência. As pessoas não querem seguir.

Quando Paulo diz a Timóteo para ser um exemplo no procedimento, ele não limitou. Ele não disse faça isso que você se dará bem; fale assim ou ande desta forma que você convencerá àqueles que estão ao seu redor. Paulo alertou a Timóteo que apenas quando ele fosse um exemplo, um padrão em todas as coisas, desde o levantar até o deitar, é que ele poderia alcançar as pessoas ao seu redor.

Ser um padrão no procedimento inclui ter princípios que ninguém mais tem. É andar na contramão. Ser um ponto de referência é dizer não quando todos dizem sim. Negar-se a si mesmo; abdicar de seus próprios sonhos e planos, para agarrar os propósitos eternos. Ser um padrão no procedimento é mais do que andar sem vulgaridade, falar sem palavrões, festejar sem baixarias. Ser um padrão é transmitir Cristo em cada gesto, custe o que custar.

Precisamos nos lembrar disso sempre: para ser filho, é preciso estar disposto a se encaixar integralmente no padrão divino. E esse padrão é muito específico. Não é usar isso ou aquilo. Não é se vestir de longo ou de curto. Não é deixar de cortar o cabelo. Nada disso vale se as atitudes do dia-a-dia não demonstrarem Cristo. Fazer apenas por fazer, andar apenas por andar, não é seguir, não é negar-se a si mesmo.

Que o Senhor nos ensine que quando Jesus veio, Ele veio para nos trazer um padrão, um estilo de vida. Não era apenas um modo de se sentir bem. Não era uma alternativa para o final de semana. Cristo veio nos mostrar o caminho para nos achegarmos ao Pai: Ele mesmo. E apenas andando como Ele andou, em santidade e comunhão, é que poderemos ser um exemplo para aqueles que nos cercam; não um exemplo pela roupa ou cabelo que usamos; mas um exemplo porque nossas atitudes diárias demonstram a presença do Senhor em nossas vidas, porque nossos princípios "batem" com os princípios divinos

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Padrão dos Fiéis - Parte 1

"O amor à Palavra nos levará ao intenso desejo de conhecer Deus."

O Apóstolo Paulo, em carta ao seu discípulo Timóteo, assim instruiu-o: "Ninguém despreza a tua mocidade; mas sê o padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza" (I Timóteo 4:12).
Paulo lista cinco prioridades que Timóteo devia ter em sua vida cristã, pois somente assim, "ele poderia salvar a si mesmo e àqueles que o ouviam" (v. 16). Mas, quais prioridades são essas? Que passos Timóteo deveria observar a fim de dar bons frutos? Em uma lição de cinco partes, descobriremos esse tesouro escondido.

O primeiro ponto há ser observado é a palavra. Quão grandiosa lição! Desde os primórdios, Deus zela por sua palavra. Quando deu a Moisés a Lei, Deus insistiu em dizer ao povo o valor da Palavra. Observando a sua Palavra, o povo alcançaria vida longa e repleta. E esse amor era frequente na vida de homens que entenderam que esta Palavra era fonte de vida, sabedoria e alegria para suas caminhadas. Homens como Josué, Davi, Salomão. 

Vida cristã se conhece, se aprende na Palavra. Vida cristã não se conhece apenas indo à igreja. Não é somente observando líderes ou frequentando cultos. O apego à Palavra é o que deve impulsionar o cristão a desejar conhecer e caminhar segundo o coração do Pai. Como sempre digo, infelizmente a Igreja de Cristo tem perdido esse entendimento. Fala-se muito naquilo que fulano ou cicrano acham. Mas pouco tem se dito sobre o que a Palavra diz.

Cristo deixou muito claro o que veio trazer ao mundo: o caminho, a verdade, a vida. Ele mesmo. E apenas ao nos debruçarmos diante da Palavra é que poderemos compreender a grandeza do amor e da graça do Senhor. Assim como Paulo instruiu a Timóteo, Deus nos instrui hoje: seja um padrão dos fiéis na Palavra. Conheça. Descubra. Tenha fome e sede de mergulhar nos mistérios escondidos. As pérolas do Reino. Os tesouros guardados para aqueles que olham com uma lupa espiritual.

Conhecer o Senhor passa por conhecer a Sua Palavra. Pela Palavra vencemos o mal. Pela Palavra conquistamos vitórias. Pela Palavra aumentamos a nossa fé, pois "a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10:17). Na Palavra encontramos respostas para nossas dúvidas e questionamentos. Através da Palavra compreendemos a melhor decisão a tomar. Deus tem respostas. Nossa tarefa é encontrá-las na Palavra.

Que o Pai nos faça compreender a necessidade de amarmos esta Palavra. Fonte de vida e de sabedoria. Eterna verdade. Única certeza. Na Palavra de Deus encontremos as respostas para nosso dia-a-dia. Crescendo no conhecimento da Palavra, alcançaremos aqueles que nos cercam. E, mais do que isso, alcançaremos o coração do Pai.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Atitudes de Sabedoria

"O sábio anseia por aprender, principalmente observando os erros alheios."


O sábio Rei Salomão, inspirado pelo Espírito de Deus, escreveu: "Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que estava cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga, e o seu muro de pedras estava derrubado; o que tenho visto, o guardarei no coração, e vendo-o recebi instrução." (Pv. 24:30-32).

Em toda a história, o sábio sempre foi identificado como aquelas pessoas que não paravam de aprender. Pessoas que dedicavam suas vidas ao crescimento emocional e intelectual. A Palavra de Deus, fonte de vida e instrução para nós, é rica em nos ensinar; em suas linhas encontramos uma inesgotável fonte de sabedoria. Entretanto, cabe aos filhos desejar aprender.

Este texto de Provérbios é interessantíssimo. Ele nos aponta o caminho da sabedoria: aprender com os erros alheios. Infelizmente, os filhos de Deus tem se esquecido que a Palavra nos apontará, sempre, o caminho correto a seguir; quais escolhas fazer; que direção tomar. Contudo, muitos filhos não tem cultivado tal princípio. Ao contrário, dizem em seu coração: "escolherei o melhor caminho segundo os meus olhos, e, se não der certo, pelo menos aprendi a lição".

Só que não é assim que o Senhor nos orienta. Devemos estar atentos à voz do Senhor para adquirir orientação no nosso dia-a-dia. Ele nos apontará o caminho correto a seguir, no momento adequado. E o Senhor ainda nos dá o instrumento da observação: os erros alheios são para nós como alertas do céu; devemos estar atentos ao que nos cerca. Lições do cotidiano são aprendidas com amigos e com estranhos. Pessoas que nos cercam ou não podem nos ensinar preciosas verdades, se estivermos atentos.

O sábio, segundo a Palavra, é aquele que consegue aprender e apreender. Ouvir e praticar. Prosseguir no caminho apontado. Devemos, assim como o Rei Salomão, estar sempre com o coração disposto a ser ensinado, nem que seja pelo "preguiçoso" que não cultiva sua terra. E o interessante aqui é que Salomão não foi atrás do preguiçoso para lhe ensinar. Ele simplesmente observou e apreendeu no seu coração uma verdade: não seja como o preguiçoso!

Que o Senhor nos ensine a cultivar a arte do aprendizado. Como filhos obedientes e sedentos por sua Presença, filhos dispostos a serem fiéis, devemos estar sempre atentos para o que o Senhor nos ensinará, seja através de uma lição da Escola Bíblica Dominical, seja através de uma palavra amiga, seja através de um estranho na rua. O Senhor fala conosco de muitas formas, e cabe a nós aprender a escutá-las. Assim, alcançaremos a verdadeira sabedoria, aquela que vem do alto.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Princípios, Temor e Referência

"Quando andamos segundo os Princípios do Eterno, cultivando a cada dia o Temor do Senhor, inevitavelmente seremos referência para aqueles que nos cercam."

Deus se move por princípios. Desde a eternidade, Deus não contraria aquilo que Ele fundou. Nenhuma de suas leis podem ser quebradas, sejam elas da física, da matemática ou espirituais. Contudo, cabe a cada um de nós aprender e apreender estes princípios que o Eterno colocou por fundamento.

Um dos caminhos para trilharmos os princípios do Senhor é compreender o temor do Senhor. O sábio Salomão disse que "o temor do Senhor é fonte de vida" (Pv. 14:27). Em Deus reside toda a plenitude dos tempos. Ele é antes de tudo! Tamanha majestade deve ser reverenciada

Ao contrário do que muitos tem vivido, Deus não é Deus de brincadeiras. Estar diante dEle exige temor e tremor. Não é medo, não é pânico. Gosto de pensar que é respeito em alta dose. O Eterno é digno de ser honrado em cada atitude, em cada palavra, em cada momento. Infelizmente, os filhos tem se comportado como crianças mimadas, que não sabem ouvir não, que não querem ser educadas, que pensam ser donas do próprio nariz.

Somente saberemos andar em temor se estivermos dispostos a praticar os princípios estabelecidos na Eternidade. "Tudo que o homem plantar isso também ceifará"; "Ama ao teu próximo como a ti mesmo"; "Deus não vê como o homem vê"; "Coração quebrantado Deus não rejeitará"; "Não se contaminar com as iguarias do mundo". Princípios do Eterno. O andar diário em sua presença nos ensinará aquilo que está no Seu coração.

Em toda a história, todos aqueles que decidiram, em seu coração, submeter-se aos princípios do Senhor, que honraram-no andando em temor diante de sua presença, foram levantados como referência em meio a uma geração, muitas vezes, corrupta. Abel, Noé, Abraão, Moisés, Davi, Daniel e tantos outros. Homens que compreenderam o peso e a necessidade de andar em temor diante do Senhor. E suas vidas, até hoje, ensinam-nos valiosas lições.

O Senhor deseja educar filhos; e para isso, é necessário incutir nos filhos os princípios e verdades que norteiam o agir e o caráter de Deus. Somente quando compreendermos a importância da reverência e do temor diante dEle, apenas quando nossos princípios não forem mais nossos, mas dEle, é que poderemos servir de pilar em uma geração corrompida, em meio a um povo que se esqueceu que do Senhor são todas as coisas. 

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Davi

"As tribulações devem ser para nós motivos de crescer raízes, e não de derrubar troncos."

Um dos homens mais amados pelo povo de Israel, sem sombra de dúvida, foi o Rei Davi. Governou com autoridade por trinta anos o trono, derrotou todos os seus inimigos e permitiu a paz durante todo o reinado de seu filho. Homem singular, Rei magestoso. 

Acontece que a história de Davi nem sempre foi um conto-de-fadas. Do menino ruivo cuidador de ovelhas, passando pelo maior matador de gigantes, até se tornar rei, Davi precisou matricular-se na Escola do Sofrimento. Em um dia, o moço de boa aparência cantava para suas pequenas e mansas ovelhas, no outro, tentava acalmar um rei louco, que, pra variar, era seu sogro.

Antes de matar Golias, o gigante filisteu, Davi já havia sido ungido rei de Israel. Talvez qualquer outro já pretendesse usurpar o reino que já lhe era confiado. Mas não o homem segundo o coração de Deus; não Davi. Após matar o gigante, Davi tornou-se membro da família real e recebeu um posto de honra entre os homens do exército do Rei Saul. E aí começou o aprendizado de Davi. Saul irou-se contra ele porque as mulheres honravam mais ao menino prodígio do que ao rei já tão experiente. E Saul intenta matar Davi.

Entre esse dia e o dia da coroação, Davi aprende a esconder-se em cavernas, a liderar homens rebeldes e pratica, sobretudo, a dependência ao Senhor. É nesse período, de longos anos, que Davi compõe os mais belos salmos, salmos de confiança nAquele que poderia reverter a sua sorte. Davi não somente ganha a confiança e amor dos homens que lhe cercavam (que viriam a ser os "valentes de Davi"), como também demonstra ao rei Saul e a todo o povo, que sua vida estava sob a direção do Eterno.

Um dia ungido rei, outro derrotando gigantes. Davi podia simplesmente ter se irritado contra Deus, largado tudo e ido embora. Ou pior; poderia ter tentado coroar-se rei sozinho, matando a Saul, que, afinal de contas, lhe queria morto. Mas não este Davi. Davi, cujo nome é lembrado até os dias de hoje como o maior rei de Israel, compreendeu, desde muito cedo, que a sua vida estava nas mãos do Senhor, e que, se fosse para ele ser rei, Deus o colocaria no trono.

Davi viu na solidão a companhia de Deus. Na fome, a provisão do Eterno. Na fuga, o esconderijo do Altíssimo. No desespero, o descanso do Senhor. Na Escola do Sofrimento, Davi não permitiu que sua esperança e sonhos morressem na lama dentro de uma caverna. Davi não abriu mão de ser quem o Senhor queria que ele fosse somente porque estava difícil. Davi compreendeu que tudo que passava era necessário para moldar seu caráter e formar nele um homem que pudesse governar o povo de Israel conforme a vontade do Senhor. Ao invés de morrer na seca da perseguição, Davi cresceu raízes até encontrar as águas do refrigério.

Que a vida deste nobre homem nos ensine que as tribulações são inevitáveis. Se quisermos ir até onde o Senhor quer nos levar, precisamos estar dispostos a passar pelo vale da sombra da morte, pela caverna escura. Precisamos compreender que a honra vinda dos homens pode suscitar a ira do mal, mas a honra vinda do Senhor, nos colocará em lugares elevados. Mas, até chegarmos lá, precisamos estar prontos a nos matricularmos na Escola do Sofrimento, prontos a aceitarmos as tribulações da vida como os meios do Senhor para nos fazer crescer.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Moisés

"Seguir a Cristo é amar o Reino acima de todas as ofertas do mundo, acima de seus próprios sonhos. Seguir a Cristo define-se por renúncia."

Moisés é um exemplo de vida em muitos aspectos. Exemplo de obediência, de mansidão, de fé. Ouvimos falar sobre como guiou o povo pelo deserto durante 40 anos. Pregadores se debruçam sobre sua vida, extraindo dela lições para crescimento e amadurecimento.

Contudo, o autor aos Hebreus, assim escreveu sobre este homem: 
"Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. 
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; 
porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão." (Hebreus 11:23-26)

Este escritor, inspirado pelo Espírito Santo, revelou-nos uma faceta do caráter de Moisés que muitos não se atentam. Temos sempre a impressão de que Moisés era o mimadinho da corte. Os filmes e desenhos nos passam a ideia de que ele não tinha conhecimento de que era hebreu até ser homem feito. Contudo, não é isso que a Palavra nos ensina.

Moisés recebeu os primeiros ensinos de sua mãe Joquebede, que o amamentou e o "devolveu" à filha de Faraó, que o havia encontrado no Rio Nilo. Creio que a mãe de Moisés, dia após dia, incutia no coração de Moisés o amor ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Ao entrar para a "família real", Moisés conhecia bem seu lugar, sabia exatamente de onde havia vindo.

E ele tomou uma decisão. Decidiu-se não se contaminar. Escolheu ser um hebreu na casa de Faraó, e não apenas um menino mimado, neto do rei do Egito. Moisés entendeu, desde cedo, que o Egito não tinha nada para lhe oferecer, mas, pelo contrário, o contaminaria.

E o texto de Hebreus ainda diz que ele preferiu "ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado". Que decisão difícil. Podendo ser o príncipe do Egito, Moisés escolheu dizer ao mundo que não fazia parte daquela corrupção. Abrindo mão de toda titularidade, Moisés renunciou a uma vida de prazeres e luxos para viver a Verdade.

A riqueza do mundo não o atraiu. Os prazeres do Egito não o seduziram. Moisés escolheu ser o que Deus queria que ele fosse, independentemente do preço a ser pago! Ele preferiu o deserto, onde comia o maná diariamente, na dependência do Senhor, do que desfrutar das mesas fartas e contaminadas de Faraó, aonde sua alma e seu espírito morreria sedentos da presença de Deus.

E, ante a sua renúncia, Deus o presenteou. Em Exôdo 33 temos uma das mais belas histórias de como o coração de Deus não resiste ao pedido de um servo, de um filho, de um adorador. Moisés deixou para trás, desde a sua meninice, mesmo quando ainda estava no Egito, uma vida de deleites e prazeres, para viver uma vida de renúncia em favor do propósito do Eterno. E o Eterno, em toda a Sua Bondade e Misericórdia, atendendo ao clamor de Moisés, revelou-se a ele de maneira única e indescritível.

A vida deste homem, cujas escolhas marcaram sua história e definiram seu caráter deve ser para nós um exemplo de decisão e renúncia. À medida que compreendemos, mais e mais, o quanto o mundo não tem nada a nos oferecer, percebemos o quanto precisamos nos achegar a Deus. E Ele se chegará a nós (Tiago 4:8). Deus não pede apenas por pedir. Ele não é um déspota que simplesmente não quer que as pessoas "aproveitem a vida". Deus quer dar a verdadeira vida, através de Cristo Jesus. Ele sempre nos recompensará com o Seu Amor.

Infelizmente a Igreja de Cristo tem perdido este entendimento. Vivemos dias de um Evangelho muito fácil. Ninguém mais fala em renúncia. Nenhum pregador se atreve a subir no altar e ministrar acerca de abandonar tudo aquilo que não agrada o Senhor. As pessoas tem confundido o agir de Deus. Para ir a Deus você pode ir como está, é verdade. Mas, para permanecer na sua presença, é necessário haver mudança. Mudança de caráter, mudando de atitudes. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me". (Marcos 8:34)

Que o Eterno nos ensine, a cada dia, a cultivarmos o amor pelo Reino, deixando de lado tudo aquilo que não compactua com a sua justiça e verdade. Cristo renunciou à própria vida por amor à humanidade. Estejamos prontos a renunciar nossos sonhos, planos, projetos e, até mesmo, nossa vida, por amor àquele que sempre nos amará.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Homens Comuns, Vidas Extraordinárias: Jó

"Quando mudamos nosso foco, o Senhor nos presenteia com o desejo do nosso coração."

Houve um homem chamado Jó, cuja vida mereceu um livro inteiro. Seus feitos e sua história não é completa. A Palavra se "limita" a narrar um período muito específico da vida de Jó: seu sofrimento. As inúmeras pregações que já ouvi a respeito deste homem falam sobre sua paciência, seu caráter, e, de vez em quando, sobre seus amigos. Mas há algo interessante que gostaria de abordar aqui: a mudança que se operou em seu espírito.

Os dois primeiros capítulos do Livro de Jó narra sobre sua vida e o início do terror que lhe sobreveio. O capítulo 3 nos trás uma informação muito importante: "Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu; nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a pertubação" (25,26). Embora justo e íntegro, Jó não era um homem de alma curada. Seu apego aos bens é notório. Sua preocupação, dia e noite, consumi-a-lhe o sossego e a paz. Jamais descansava a alma.

Continuando a leitura, encontramos dos capítulos 4 ao 25 uma verdadeira batalha, travada entre Jó e seus amigos. Discutem sobre Deus e sobre o porquê do sofrimento de Jó. E então, a partir do capítulo 26 até o capítulo 31, Jó fala. Ele não apenas fala, discorre. Sem dar margem a nada nem ninguém, Jó põe sobre a mesa todo o seu vasto (porém, raso) conhecimento de Deus.

E então Deus fala. Através de um redemoinho (Jó 38:1), o Eterno confronta Jó e toda a sua suposta sabedoria. Por quatro capítulos Deus mostra uma pequena fatia de toda a sua magnitude. Jó finalmente tem um encontro pessoal com o Altíssimo, que lhe mudará toda a história. Jó era justo e íntegro, mas o nível de sua intimidade com Deus era muito pequeno. O Encontro com Deus muda-o definitivamente.

No capítulo final, nos deparamos com a seguinte cena: Deus ira-se contra os amigos de Jó, e ordena que eles levem carneiros para serem sacrificados por Jó em favor deles. Neste momento, algo maravilhoso acontece: Jó recebe a incumbência divina, e passa a orar por seus amigos. O foco de Jó mudou. Ele deixou de lado o preocupar-se com os bens que se foram. Não mais se atentou para o seu próprio sofrimento. Calou-se. E quando o Eterno ordenou, orou.

E após orar por seus amigos, Deus aceitou sua oração, não em seu próprio favor, mas em favor dos outros. E só depois disso, Deus mudou a sorte de Jó, restituindo-lhe tudo que havia perdido. Vocês conseguem perceber? A experiência de Jó com Deus gerou uma verdade em seu espírito, trouxe mudança ao seu caráter. Jó esqueceu-se de seu estado. Quando Jó recebeu a missão de orar por seus amigos, ele ainda tinha chagas no corpo; sua mulher ainda devia estar reclamando, e sua riqueza já não existia. Mas aquilo já não preocupava a Jó; seu foco não era mais ele mesmo ou seus bens. Ele aprendeu a seguir a direção do Eterno. Jó aprendeu a ouvir, a calar-se. Quando o Senhor falou, ele prontamente ouviu e atendeu.

Este homem, cuja vida foi acometida por tão grandes males, mas cujo caráter era íntegro e justo, merecendo ser considerando no Rol da Fé de Hebreus, deve nos lembrar que o Eterno é O Eterno. Tudo está sob seu controle, nada escapa aos seus olhos. Nenhum sofrimento dura para sempre. O amanhã de Deus trará novas conquistas. E a cada visita do Pai, devemos aproveitar para sermos mudados à luz de sua Glória, segundo o seu caráter. Mudando o foco de nós mesmos, de nossos problemas e conflitos, e estando mais atentos à voz do Senhor, nossa sorte será mudada e o desejo do nosso coração atendido.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ouvidos para ouvir

"Estejamos sempre prontos para ouvir: as promessas de bençãos e as palavras de repreensão".

O Rei Salomão, em seu livro de Provérbios, cultivava, sobretudo, a busca pela sabedoria e a disciplina no tempo certo, a ponto de dizer que "mais fundo entra a repreensão no sábio do que cem açoites no insensato" (Pv. 17:10). Assim como a um filho, Deus quer nos ensinar o caminho da sabedoria, mesmo que isso tenha que passar pela disciplina. A questão é que nós nem sempre estamos dispostos a ouvir a repreensão divina.

Muitas vezes nos comportamos como filhos mimados, que se esparramam no chão fazendo birra no meio do supermercado. E não gostamos de ser repreendidos. Hoje, a Igreja de Cristo tornou-se imatura e infantil. Pregações e músicas que afagam o ego são constantemente consideradas como "uma benção". Ninguém aguenta ouvir uma palavra mais dura.

Em João 6, encontramos uma passagem muito interessante. Após a multiplicação dos pães, Jesus retira-se com seus discípulos. Quando chega ao outro lado, aqueles que se alimentaram lá estavam, querendo que Jesus, outra vez, providenciasse alimentos para eles. Vendo isto, Jesus passa a discorrer acerca do verdadeiro "Pão que desceu dos céus", e isto escandaliza muitos daqueles que O ouviam, o que os leva a abandonarem o Senhor. 

Em toda a história da humanidade, percebemos que o ser-humano não gosta de ser repreendido, não gosta de que outro lhe aponte o erro. Normalmente considera aquele que lhe repreende como autoritário e dominador. E, infelizmente, os filhos de Deus tem agido da mesma forma. 

Ao invés de perceberem a bondade e o amor do Pai por detrás de cada palavra de exortação, preferem acreditar que aquelas palavras não vem dEle. Por isso preferem palavras que massageiam o ego e continuam a mantê-las imaturas, do que palavras de disciplina que as farão crescer e amadurecer.

Mas o autor aos Hebreus, nos revela uma dura verdade: "É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos" (Hb 12:7-8). Deus não tem meio termo; Ele não passa a mão na cabeça de ninguém; não esconde os erros de seus filhos, antes, corrige-os com amor. Aquele que não enfrenta a disciplina, bem como aquele que não se submete à correção não pode ser considerado filho, mas um intruso! Isso é o que a Palavra diz! 

Que o Senhor nos ensine a ouvir. Ouvir a Sua Voz em todo o tempo. Sejam palavras de ânimo, sejam palavras de repreensão, estejamos atentos à Sua Voz, pois, somente assim, cresceremos e seremos tudo aquilo que Ele deseja que nós sejamos: filhos sábios, maduros e, sobretudo, disciplinados. Que a cada dia nosso coração se disponha a ser por Ele moldado e ensinado, mesmo que isso custe algumas varadinhas!

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Planos e Sonhos

"Sonhar os sonhos de Deus é a maneira mais segura de realizar projetos."

Deus é o maior sonhador que o universo um dia terá. Deus arquiteta com perfeição, aguarda com ansiedade e vê realizar seus projetos eternos tempo após tempo.
E, como Pai amoroso que é, Deus tem prazer em ver seus filhos realizando sonhos.
O maior problema é quando queremos sonhar sonhos que não estão nos planos do Pai.

No livro de Provérbios, encontramos por diversas vezes a mesma orientação: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor" (Pv. 16:1). Há um segredo escondido na Palavra, que nos levará a um caminho de descanso e realizações. E o segredo começa pelo reconhecimento de que "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jr. 17:9).

Infelizmente, mesmo como filhos do Pai, temos uma grande dificuldade em aprender a abrir mão daquilo que criamos e projetamos, a fim de dar oportunidade aos sonhos do Senhor. Esquecemos-nos que "a vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável" (Rm 12:2), e não confiamos o suficiente nas promessas do Pai. Por isso, sempre desejamos dar o nosso jeitinho, fazer nossos planos, nossos próprios projetos.

Costumo dizer que é mais fácil abrir mão da própria vida por amor ao Senhor do que dos sonhos. E essa é uma grande e triste verdade. Ao longo da vida, construímos um verdadeiro castelo de sonhos. Entretanto, nem sempre esses sonhos estão em sintonia com os sonhos do Pai para nós. E aí surgem as frustrações. Mas não deveria ser assim.

Quando compreendemos que o Eterno, antes da fundação do mundo, já sacrificou o Cordeiro, entendemos que o Senhor não pode ser surpreendido ou pego de surpresa. Deus não precisa mudar seus planos eternos porque alguém quis escolher outro caminho. Deus sempre terá o controle absoluto de tudo, simplesmente porque Ele é Deus! Quanto mais nossas vidas não estariam escritas em seu livro?

Sendo filhos, precisamos, desesperadamente, aprender do Pai o segredo para confiar nos planos do Eterno. E mais do que isso. Quanto mais crescemos em comunhão e intimidade, quanto mais treinamos nossa fé, mais próximos do Pai estaremos, mais atentos à voz do Espírito seremos, até chegarmos ao ponto de que os sonhos do Pai serão nossos sonhos, e nós sonharemos sonhos que são nossos, mas, no fundo, são dEle.

Que o Deus Eterno, cujas promessas não falham, cujos projetos foram designados em alguma eternidade, nos ensine a descansar e confiar, a depositar nossa esperança nAquele que tem os melhores sonhos para nós, porque, afinal de contas, ninguém melhor do que Ele para nos fazer alcançar os maiores projetos de nossa vida, pois Ele nos diz: "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais" (Jr. 29:11).

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Entre o bom e o certo


"O certo, quase sempre, não traz explicações; ele simplesmente é o certo."

Não é fácil escolher. Ainda mais quando a escolha fica entre o que é bom para nossos olhos e o que é certo, segundo o Espírito.
Pensando eu aqui, comigo mesmo, talvez este tenha sido o ponto em que Eva se encontrou antes de pecar: fazer o que me agrada ou escolher o que Ele deseja? Obviamente, ela escolheu agradar seu próprio coração (e olha no que deu).

A vida é cheia de propostas e oportunidades.
Cada sim é um não abafado.
Cada agora é um depois que não teve tempo de se realizar.
Mas, qual é o custo real de nossas escolhas? O preço que pagamos vale a pena o momento? Escolher apenas o que nos parece bom pode ser o início do fim.

O certo, na maioria das vezes, é doloroso. Requer abrir mão do que afaga nosso ego e massageia o eu.
O certo, quase sempre, não traz explicações; ele simplesmente é o certo (e a gente só entende isso lá na frente).
O preço de abandonar tudo (principalmente quando esse "tudo" significa sonhos, desejos, planos - é claro que se são meus não são "tudo", mas, às vezes, no nosso mundinho cor de rosa, isso parece mais do que "tudo") também é alto, mas, diferentemente de quando escolhemos o bom, ao escolher o certo temos uma certeza: estamos gerando um sorriso, não nos nossos lábios, mas nos de quem realmente importa.

Ninguém vale a pena além dEle. Obviamente não estou dizendo de pessoas em sua essência humana - não é nada disso! Se fosse assim Deus nunca teria se tornado criatura para resgatar a humanidade. Quero dizer que nenhuma circunstância, por melhor que pareça ser, vale a pena se Ele não disser que vale.
Deus espera que seus filhos O amem e O obedeçam, não importa o custo que isso venha a ter. 

Que o Senhor nos ensine que nenhuma escolha é imune às consequências, sejam elas boas ou ruins. Mas, quando escolhemos seguir os princípios do Reino, plantamos uma boa semente, e, sem dúvida, colheremos ótimos frutos. O bom sempre será prazeroso aos nossos olhos, mas o certo fará nascer a paz em nosso espírito.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.


Inspirado no livro 3:16, de Max Lucado - texto parcial retirado do Blog da Rachel=) - simplesmenterachel.blogspot.com

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Por Amor

"Cristo deu-se sem esperar nada em troca, apenas por amor."

Quando, no plano eterno, Deus decidiu criar o homem, havia uma face do seu caráter que sobressaía: o amor. Deus simplesmente amou e por isso deu. Não amou e exigiu. Não amou e pediu algo em troca. Somente amou. E amou e deu.

Tenho experimentado nos últimos dias duas grandes faces de uma mesma verdade. De um lado, começo a perceber que tudo que podemos fazer, devemos fazer simplesmente porque amamos. Amamos o próximo, amamos ser úteis ao Reino, e somente isso. Não dá para esperar que as pessoas ao nosso redor se comportem como nós esperamos que elas façam. Explico melhor.

Certa vez escrevi que pessoas não são quem acreditamos que elas sejam; pessoas são quem elas realmente são. Não há como depositar grandes expectativas. É melhor se surpreender do que se decepcionar. Muitas vezes acreditamos que as pessoas agirão para conosco da mesma forma que nós nos comportaríamos para com elas. E na maioria das vezes nos decepcionamos, porque elas não são quem pensamos que sejam; elas são quem realmente são.

Por isso o amor deve sempre prevalecer. Quando fazemos, devemos fazer como o próprio Deus fez, agir sem esperar nada em troca. Porque o amor não é mesquinho; e não sei porque as pessoas insistem em "negociar" com Deus. Fazem tudo esperando em troca receber algo. Como se Deus fosse apenas uma máquina de refrigerantes celestes! Relacionamento com Deus é relacionamento, não visita inconveniente!

Mas não apenas isso. Tenho aprendido nos últimos dias o quanto muitas vezes teremos que nos doar quando queríamos receber. Às vezes, quando acreditamos que precisamos de um ombro amigo, aquele amigo é quem estará precisando de nós. E como nessas horas encontramos forças para oferecermos o nosso melhor, mesmo que não estejamos no nosso melhor dia. E tudo isso será por amor.

O amor é sublime. O amor não é limitado a nossas próprias necessidades. O amor requer doação. O amor não é sentimento, o amor é atitude! É mais do que simplesmente sentir, estar. É fazer, é agir, é ir até onde o necessitado se encontra. E voltamos novamente a II Coríntios 13:13: "Agora, pois, permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor. Mas o maior destes é o amor.". A fé e a esperança um dia não serão mais necessárias, porque veremos o Pai como Ele é, e assim como Cristo é, nós o seremos. Mas o amor permanecerá, porque seremos amados e amaremos eternamente.

Minha petição hoje é a mesma do Apóstolo Paulo: "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e assim, habite Cristo em vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus." (Ef 3:14-19).

Graça e paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.


domingo, 16 de janeiro de 2011

A Esperança

"A esperança em Cristo Jesus é o que nos dá a certeza de que podemos fazer nossa alma descansar."

Talvez seja algo que ligue o maior número de pessoas nesta terra. Algo que não precisa ser definido ou conceituado. Algo que é querido e vivido por todos. Esperança. Esperança de um dia melhor. Esperança em meio ao desastre. Esperança de viver.

Para aqueles que não partilham da fé no Nome de Jesus, a Esperança é um desejo ardente de que algo aconteça. E no fundo, é a fé em um milagre, em uma intervenção divina. Aquele que tem esperança julga-se mais forte, mais sonhador, mais vivo.

Mas a Esperança, para nós, os salvos, não se limita. Nossa Esperança é traduzida em expectativa não apenas pelas coisas deste mundo, mas, principalmente, por aqueles que ainda estão por vir. Afinal de contas, se nossa esperança se limita às coisas desta terra, somos os mais miseráveis dos homens (I Co 15:19). O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, definiu três grandes pilares: a fé, a esperança e o amor (I Co 13:13). E não apenas isso, o próprio Jesus é a nossa Esperança (Cl 1:27).

Imagine uma tempestade: ondas revoltas, relâmpagos e trovões; o perigo é iminente. E um pequeno instrumento, cujo peso representa uma pequena fração do peso do navio, é a esperança de todos aqueles que ali estão. Jogada ao mar, a âncora atinge a profundeza do oceano, onde não há vento, não há raios, não há medo. Somente tranquilidade e bonança. Toda a esperança de uma tripulação é depositada em um objeto que vai até o mais profundo onde não há perigo.

Assim é a Esperança. O autor aos Hebreus a definiu como "âncora da nossa alma" (Hb 6:19). Em meio as tribulações da vida, quando o olho do furacão está sobre nós, quando o mar parece nos submergir. A Esperança, Cristo Jesus, é o que nos garante segurança. Porque ela é depositada no mais profundo do nosso ser, em um lugar que nos garantirá chegar ao nosso destino em segurança.

Na Esperança temos o descanso para nossa alma. O descanso que sobre as ondas muitas vezes não temos, mas que sob a tempestade do mar encontra um lugar para nos dar conforto. Quando alcançamos a Esperança em Cristo Jesus como ponto máximo do nosso viver, conseguimos encontrar um lugar seguro onde faremos nossa alma descansar segura dos temores e das pressões do dia-a-dia.

Que o Senhor nos ensine a cada dia a cultivar esta Esperança no mais profundo do nosso ser. Naquele lugar inatingível, onde nada nem ninguém, além do Senhor, pode entrar. Lá encontraremos um lugar para fazer descansar e sossegar a nossa alma, assim como o salmista Davi pode falar: "Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo." (Sl. 131:2).

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O homem de quem Deus decidiu não se separar

"Andar com Deus é estar disposto a ser somente dEle."

Houve um homem que foi definido por uma única característica: ele andou com Deus.
Em toda a Bíblia só há cinco versículos sobre sua vida (Gn 5: 21-24 e Hb 11:5), mas sua história ultrapassou os limites do entendimento.
Seu nome era Enoque, filho de Jerede, pai de Matusalém. Dele somente sabemos a genealogia e seu estilo de vida.

Um dia, aos 365 anos de idade, Enoque foi visto pela última vez, e nunca mais. A Palavra diz que "andou Enoque com Deus e já não era, porquanto Deus o tomou para si".
Não sabemos o que ele fez, quem ele era, como agia. Mas sabemos que seu andar agradou tanto o coração do Pai, que Deus, em sua infinitude, decidiu tê-lo para si.

O autor aos Hebreus nos dá uma dica: antes de ser tomado, "obteve testemunho de haver agradado a Deus". Um homem de quem pouco se diz mas de quem muito se aprende. 
Não acredito que hoje aconteceria o mesmo, até porque, em toda a história, apenas dois homens não viram a morte (Enoque e Elias), porque Deus, com certeza, tinha planos específicos (Ap 11:3). Mas podemos tirar lições de sua vida.

Infelizmente, nos dias de hoje, a Igreja tem se corrompido. São como os fariseus da época de Cristo, que guardavam apenas letras mortas, mas seus corações estavam distantes do Senhor. Inevitavelmente vemos a cada dia crescer os absurdos da fé, em nome de um evangelho que insistem em chamá-lo de O Evangelho de Cristo.

Andar com Deus exige dedicação. Como eu disse, é estar disposto a ser somente dEle. Deus não divide Sua Glória com mais ninguém. Ser dEle é não ser de nenhum outro. O Pai procura por filhos e não aceita dividir a paternidade. É chegado um tempo em que teremos que tomar duras decisões. Andar com Deus, seguir a Cristo requererá uma renúncia muito maior do que vemos hoje. Um tempo em que será necessário confrontar líderes religiosos que estão dentro das próprias igrejas e infringir leis erigidas por homens cujo coração estão sob o controle do maligno.

Andar com Deus é preferir seus princípios e suas verdades, mesmo que tenhamos que enfrentar as consequências. Enoque não pensou nos filhos ou na esposa. Enoque não se preocupou com a vinha ou com a lavoura. Quando Deus o tomou para si ele não questionou se era aquele o melhor momento. Ele simplesmente continuou andando com Deus. Creio que Enoque chegou a um ponto na intimidade que Deus já não poderia permitir que ele voltasse à sua vida na terra. Seus olhos viram tamanha magnitude que Deus não permitiu que voltasse a ver corrupção.

Que a história deste homem, definido apenas como "o homem que andou com Deus", seja para nós um grande exemplo. Que compreendamos que andar com Deus exige renúncia e dedicação exclusiva. Que nosso coração esteja sempre disposto a ser somente dEle e não se permita corromper pelos caminhos dos fariseus.

Graça e Paz vos sejam multiplicados em Cristo Jesus.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Virtude dos Filhos: Sê Bom

"Ao fazer o bem ao próximo estamos fazendo o bem a nós mesmos."

Um dos maiores atributos de Deus exaltado na Palavra é a bondade. É dito "Deus é bom" ou "a bondade do Senhor" por diversas vezes. A bondade define o caráter do Eterno. E não poderia ser diferente com os filhos.

Tenho descoberto o quanto fazer o que é bom ao próximo faz bem a alma. Ajudar o idoso, orientar o turista, segurar a mão da criança. Pequenos gestos que fazem a diferença e moldam em nosso interior uma realidade: fazer o bem é se fazer bem.

Gosto de dizer que a bondade é egoísta. Não é fazer o bem para se sentir bem, para ser visto ou reconhecido. É fazer o bem por fazer, porque a bondade está impregnada em seu caráter. Ao praticar a bondade é inevitável a sensação de bem-estar, o sentimento de dever cumprido.

No livro de Provérbios encontramos o seguinte versículo: "O homem bondoso faz bem a sua própria alma" (Pv. 11:17, a). Quão grandiosa verdade! Não é a toa que Cristo disse que é melhor dar do que receber. Dar, dar-se ao próximo faz mais bem ao que dá do que ao que recebe. Quem recebe é grato, quem dá se sente completo.

Precisamos aprender a ser bom pelo simples fato de que Deus é bom e que devemos imitá-lo. Ser bom é ser para o outro tudo aquilo que gostaríamos que o outro fosse para nós. Não é fazer para ser perante os outros, é para simplesmente ser bom perante os olhos do Pai. E, no fundo, os maiores beneficiados seremos nós mesmos. Por isso gosto de dizer que ser bom, no fundo, é ser egoísta.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Palavras, atos, hábitos

"Gestos dizem mais do que palavras, hábitos falam mais alto do que atos."

Sempre se diz que "um gesto fala mais alto do que mil palavras". Verdade. Verdade? Verdade incompleta. É verdade que atitudes inesperadas, gestos de bondade e amor, muitas vezes tocam mais profundo, expressam com mais exatidão sentimentos do que apenas palavras, muitas vezes simplesmente jogadas ao vento.

Mas acabei descobrindo que algo fala mais do que atos, gestos: os hábitos. A Palavra de Deus sempre nos incentiva a buscar qualidades e virtudes para fazê-las crescer em nosso caráter, incorporando-as ao nosso proceder de modo que sejamos por elas definidos.

Tenho percebido que, infelizmente, as pessoas, sobretudo aqueles que se dizem "crentes" acabam comportando-se de maneira hipócrita. Muitos apenas vivem de palavras; falam que são, que fazem, que tem, mas, no fundo, são como a palha, não servem para muita coisa. Outros, não ficam apenas nas palavras; de vez em quando, resolvem agir, fazer boas ações, praticar obras de caridade. Infelizmente, na maioria das vezes esses atos são apenas para se mostrar "bom", "caridoso", "amável", fazer-se reconhecido perante os homens. E apenas perante os homens.

Mas existe algo mais profundo. Pessoas que são definidas pelo que são, e não pelo que fazem ou dizem. Filhos que se espelham no Pai Celeste e permitem-se ser submetido a um tratamento divino de choque até que o caráter de Cristo seja impregnado em seu caráter. Hábitos, atitudes constantes, definem uma pessoa. Não é o muito falar ou o pouco agir. Não são as palavras bonitas ditas para impressionar ou os atos de boa vontade praticados à luz do dia a fim de receber reconhecimento. Apenas hábitos definem uma pessoa.

O objetivo do Pai é que seus filhos compreendam que "seguir a Cristo" não envolve apenas falatório ou boas obras. Não é o fato de ir para a igreja todo domingo ou dar o dízimo todo mês. Não é falar "eu sou crente". Não é participar de campanhas. Nada disso importará se o caráter de Cristo não for impregnado no caráter do filho. Cristo vem buscar uma noiva pura, santa, imaculada, e, sobretudo, verdadeira. Que vive a Verdade, que se define como "luz do mundo e sal da terra". Cristo não vem buscar atores que encenam vida cristã. O Noivo vem resgatar uma noiva madura, compremetida com a Verdade e com a Justiça.

Que o Espírito Santo de Deus faça nascer em nosso coração um desejo profundo por ser transformado à luz da Palavra, para que o caráter e a beleza de Cristo seja vista em cada um de nós, filhos do Pai, e que vivamos não apenas de belas palavras ou de boas obras, mas que sejamos tudo aquilo que o Pai deseja para nós.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Virtude dos Filhos: Sê Paciente

"Deus jamais se esquece das suas promessas."

A Palavra nos exorta a buscarmos várias virtudes; características dos verdadeiros seguidores do Caminho.
A segunda que desejo destacar é: Sê Paciente.

A Palavra nos apresenta a paciência como grande atributo da personalidade. Por várias vezes, encontramos referências à paciência de Deus (Is. 48:9; Nm 14:18; Rm 9:22; Rm 15:5), à paciência como virtude do justo (Pv 15:18; 16:32; 19:11; Ec 7:8), e ainda como virtude a ser praticada pelo cristão (Rm 5:4; II Pe 1:6.; Rm 8:5; Tg 1:3,4; 5:7,10). Mas, o que eu mais gosto, é como a Palavra por vezes parece redundante ao dizer que devemos "esperar com paciência" (Sl 37:7; 40:1; Is 38:13; Hb 6:15).

Há um segredo na paciência. Ela exige prática e concentração. Não é fácil esperar. Não é típico do ser humano submeter-se ao tempo sem ter, precisamente, a duração da espera. Mas Deus deseja que seus filhos saibam esperar; e não apenas esperar, mas descansar.

Ora, se já esperamos, não seria preciso falar em esperar com paciência. Ou seria? O "esperar com paciência" diz da disposição de descansar, confiando na bondade e no amor do Pai. Há quem espere impacientemente. Reclama, tenta dar seus jeitinhos, vive contando minuciosamente dias e minutos como se o Eterno estivesse atrasado. Embora esteja esperando algo acontecer, não está realmente esperando em Deus, descansando na sua promessa e sendo paciente.

A paciência é virtude de nobres. Aqueles que alcançam a excelência da paciência sabem que Deus não falha, não chega atrasado, não erra de porta ou de calendário. O filho que aprende a paciência aprende a fazer sua alma descansar, sabe fazer a sua alma acalmar-se à espera da realização das promessas do Pai.

Precisamos, desesperadamente, aprender a paciência, pois, somente assim, aguardaremos, confiantes, as promessas do Pai para nossas vidas.
Que o Senhor nos ensine e nos molde à luz do Seu caráter, incutindo em nós a maravilhosa virtude da paciência.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Virtude dos Filhos: Sê Sábio

"É demonstração de Sabedoria aprender a falar o necessário e a quem se deve."

Talvez tenha havido um concurso nos Céus para dar nome ao livro de Provérbios. Obviamente, o nome "Provérbios de Salomão" ganhou, mas talvez o segundo lugar tenha sido "O Livro da Sabedoria".
A Palavra nos orienta a buscarmos várias qualidades. A primeira que desejo destacar é: Sê sábio.

É certo que já se chegou à conclusão de que inteligência e sabedoria são coisas diferentes entre si. Inteligência é característica da mente, do intelecto. É capacidade adquirida pelo treino. Pode ser emocional, social, intelectual, mas tudo é inteligência.
Sabedoria não. Ela não está à disposição em livros. Não se adquire frequentando cursos de graduação. Sabedoria é dádiva divina. Encontramos a sabedoria não na mente, mas no coração.

Ser sábio. Não é ser letrado. Não é ter uma profissão que exige vasto conhecimento. Não é poder fazer cálculos aritméticos avançados. Ser sábio é saber viver a vida com ponderação. É saber pensar antes de falar. É falar sempre que necessário mas apenas o necessário. É saber não desperdiçar o tempo, seu próprio e o alheio. É saber investir nas pessoas e não apenas nas coisas. É saber valorizar a vida antes dos bens. Ser sábio é reconhecer que apenas a mente perfeita do Criador seria capaz de criar tantas belezas preocupando-se com o bem-estar do ser humano.

Mas a Palavra de Deus vai além. Em várias passagens, o apóstolo Paulo nos ensina que a "sabedoria dos homens é loucura diante de Deus". A sabedoria que vem do alto vai além de regras de boa vizinhança. A sabedoria do alto nos impulsiona a conhecer os mistérios e segredos da Palavra do Eterno. É desejo do Senhor que não apenas aprendamos a dominar a língua, a viver com mansidão e singeleza, a valorizar as pessoas e investir tempo naquilo que é bom. É desejo do Senhor que aprendamos a amar o Reino, a servir como Cristo serviu, a andar em santificação diante dEle.

A sabedoria do alto nos ensina que tudo aquilo que é importante para o mundo não significa nada diante da grandeza do Senhor. E ainda tem mais, Salomão, por diversas vezes, disse que "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria"; logo, é possível afirmar que é sábio, verdadeiramente sábio, aquele que teme o Senhor, que honra o Deus da nossa Salvação.

Que as lições de Tiago sejam nossa grande aprendizagem: "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5); Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. (Tiago 3:17). Que o Senhor nos ensine a andar pelo Caminho, submissos à Palavra, atentos às orientações do Espírito Santo, crescendo na graça e na sabedoria do Senhor.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus, e sabedoria do alto seja derramado sobre vós.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Princípios do Gênesis - Parte IV

"O Senhor se atenta muito mais ao nosso coração do que à oferta de nossas mãos."

Caim e Abel. Irmãos. Um lavrador, outro pecuarista. Duas ofertas. Um assassino, outro vítima.
Há um grande princípio na narrativa do primeiro homicídio da história da humanidade. Uma verdade escondida que muitos costumam passar por cima.
Quarto Princípio: Deus sonda corações.

Era um dia comum. Tarefas já há muito conhecidas pelos dois irmãos. Um saía à lavoura para cuidar, regar e colher frutas, hortaliças, verduras. Tudo que a terra produzia estava ao seu alcance. Sua colheita devia ser farta.
O outro irmão, mais achegado aos animais, cuidava de seu rebanho. Ovelhas e carneiros eram seus preferidos. Era necessário guiá-los aos pastos e aos ribeiros de águas. Dele dependiam sempre.

Um dia, ambos decidiram honrar a Deus com ofertas. Caim deu do que tinha: do fruto da terra levou ao Senhor uma oferenda. E do mesmo modo procedeu Abel: do mais viçoso de seus animais levantou uma oferta ao Senhor Deus.
A partir daí, há um divisor de águas. Deus atentou para Abel e a sua oferta, mas para Caim e sua oferta Deus não se atentou.
Perceberam? Há um erro muito comum em acreditar que Deus rejeitou a oferta de Caim, quando, na verdade, Deus rejeitou o coração de Caim.

Não foi porque Abel deu ovelha e Caim deu verduras que Deus gostou mais de um do que de outro. Não eram as profissões. Não foram as ofertas. Não foi a quantidade ou a qualidade. 
Deus viu o coração. A intenção. O proceder diante dele. 
A grande verdade, o Princípio dos Céus embutido nesta triste história é que Deus não vê como o homem vê, Deus vê o coração. Reais intenções. Desejos secretos. Ambições escondidas. Não é o que damos, mas como damos. Não é o valor ou a quantidade. Não é orar nas praças, descair o semblante ao jejuar, não é dar esmolas. Cristo nos advertiu que tudo isso é buscar recompensa apenas perante os homens. Deus vê o coração. O Eterno sonda a alma e o espírito, em busca da verdadeira motivação.

Deus procura corações que O busquem por amor. Amor não aos bens, não ao que Ele pode dar. Deus deseja filhos que o amem simplesmente por amar. Porque entendem, em seu espírito, que Ele é Vida, somente nEle há esperança. Filhos que o amem por tudo que Ele é, não apenas por aquilo que Ele faz.
Não é porque levamos gordas ofertas, não é porque realizamos "grandes obras", não é porque somos bonzinhos o ano todo que Ele se atentará para nossa oferta. Ele se voltará para um coração sincero diante dEle, um espírito contrito, uma alma apaixonada. Ele busca por filhos que ofertem suas vidas antes de ofertarem seu tempo ou dinheiro. 

Que aprendamos a oferecer ao Senhor mais do que nosso dinheiro, nosso tempo na igreja, nossas boas obras. Antes de tudo, antes de mais nada, ofertemos nossos corações contritos, nosso espírito quebrantado, nossa alma sedenta da Sua presença. Que sejamos íntegros e justos diante dEle, e não apenas aos olhos dos homens. Assim, alcançaremos, confiantes, a graça diante dos olhos do Pai.

Graça e Paz vos sejam multiplicadas em Cristo Jesus.